quinta-feira, 10 de julho de 2014

“O modelo dos modelos”
Italo Calvino

Houve na vida do senhor Palomar uma época em que sua regra era esta: primeiro, construir um modelo na mente, o mais perfeito, lógico, geométrico possível; segundo, verificar se tal modelo se adapta aos casos práticos observáveis na experiência; terceiro, proceder às correções necessárias para que modelo e realidade coincidam. [..] Mas se por um instante ele deixava de fixar a harmoniosa figura geométrica desenhada no céu dos modelos ideais, saltava a seus olhos uma paisagem humana em que a monstruosidade e os desastres não eram de todo desaparecidos e as linhas do desenho surgiam deformadas e retorcidas. [...] A regra do senhor Palomar foi aos poucos se modificando: agora já desejava uma grande variedade de modelos, se possível transformáveis uns nos outros segundo um procedimento combinatório, para encontrar aquele que se adaptasse melhor a uma realidade que por sua vez fosse feita de tantas realidades distintas, no tempo e no espaço. [...] Analisando assim as coisas, o modelo dos modelos almejado por Palomar deverá servir para obter modelos transparentes, diáfanos, sutis como teias de aranha; talvez até mesmo para dissolver os modelos, ou até mesmo para dissolver-se a si próprio.

Neste ponto só restava a Palomar apagar da mente os modelos e os modelos de modelos. Completado também esse passo, eis que ele se depara face a face com a realidade mal padronizável e não homogeneizável, formulando os seus “sins”, os seus “nãos”, os seus “mas”. Para fazer isto, melhor é que a mente permaneça desembaraçada, mobiliada apenas com a memória de fragmentos de experiências e de princípios subentendidos e não demonstráveis. Não é uma linha de conduta da qual possa extrair satisfações especiais, mas é a única que lhe parece praticável.

                                 Para refletir:

Há muitas décadas acreditava-se que o modelo de educação adotado nas escolas era perfeito e ideal para todos que necessitassem deste serviço.Com a evolução dos tempos, novos modelos foram surgindo e as tentativas começaram a acontecer.
As pessoas com deficiência não se enquadravam em nenhum tipo de escola comum, então viviam à margem de tudo.Só eram aceitas em escolas especiais,pois a metodologia aplicada nas escolas comuns não era adaptada às necessidades especiais de cada indivíduo.
Depois de anos de estudos, começaram a perceber que se as pessoas com deficiência interagissem com as ditas normais,teriam mais chances de progredir.Daí começou a se pensar em inclusão.
O AEE foi criado para dá suporte aos alunos e ajudar na efetiva inclusão deles.
É um atendimento educacional que vê o indivíduo a partir de suas potencialidades e não da deficiência.Partindo do que o aluno é capaz,desenvolve-se um plano que favoreça a independência e torne a pessoa capaz de participar das atividades da escola como qualquer outra.

domingo, 23 de março de 2014

EDUCAÇÃO ESCOLAR PARA PESSOAS COM SURDEZ

Existe um confronto quando se trata da educação escolar das pessoas com surdez,entre oralistas e gestualistas.
Três abordagens fundamentam as concepções desenvolvidas sobre a educação de pessoas com surdez: A oralista ,comunicação total e o bilinguismo.
As escolas comuns ou especiais tinham o objetivo de capacitar as pessoas com surdez para utilização da língua da comunidade ouvinte na modalidade oral.
As propostas que eram baseadas no oralismo, não foram satisfatórias, pois não aceitavam a língua de sinais.
A comunicação total procurava potencializar as interações sociais,considerando as áreas cognitivas,lingüísticas e afetivas dos alunos.Aceitava o uso de todo e qualquer recurso possível para a comunicação.
A linguagem gestual,visual, os textos orais,os textos escritos e as interações sociais pareciam não trazer um desenvolvimento satisfatório e os alunos continuavam em seus guetos.
O oralismo e a comunicação total negam a língua natural dos alunos, o que provoca perdas consideráveis nos aspectos cognitivos, sócio-afetivos,lingüísticos,políticos,culturais e na aprendizagem.
Na abordagem educacional por meio do bilingüismo a pessoa com surdez é capacitada para a utilização de duas línguas: A língua de sinais e a língua da comunidade ouvinte.
O bilingüismo é a abordagem educacional que melhor atende as necessidades do aluno com surdez,pois além de respeitar a língua natural,ajuda a construir um ambiente favorável a sua aprendizagem escolar.
Ao invés de confrontar sobre o uso desta ou daquela língua,devemos discutir acerca do fracasso escolar, debatendo sobre a qualidade da educação e das práticas pedagógicas.
É necessário rever a forma de ensinar.As práticas pedagógicas quando não satifazem mais,acabam dificultando o processo de ensino-aprendizagem da pessoa com surdez.
As pessoas com surdez não podem ser vistas pela sua condição sensorial,mas como um indivíduo com potencialidades e que podem produzir e adquirir conhecimentos.
No bilinguismo proposto na perspectiva inclusiva da educação para pessoas com surdez,o aluno tem a liberdade de se expressar em uma ou em outra língua e de participar de um ambiente escolar que seja completo.
Se continuarmos tendendo para o uso exclusivo da língua portuguesa ou o uso exclusivo da libras,vamos continuar mantendo a exclusão escolar dos alunos com surdez.
O decreto 5.626/2005,garante uma formação em que a libras e a língua portuguesa,preferencialmente na modalidade escrita, sejam acessíveis e que sejam oferecidas de forma simultânea no ambiente escolar.
O bilingüismo deve acontecer na escola comum, na sala de aula comum e no AEE.


REFERÊNCIAS:


DAMÁZIO, Mirlene F. M., ALVES, Carla B. e FERREIRA, Josimário de P. Educação Escolar de Pessoas com Surdez In AEE: Fascículo 04: Abordagem Bilíngue na Escolarização de Pessoas com Surdez. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2010. p.07-09.  

domingo, 8 de dezembro de 2013

Filme sobre deficientes ganha sessão acessível em São Paulo


Personagens de 'Hasta la Vista!' conhecem a vida noturna espanholaPersonagens de 'Hasta la Vista!' conhecem a vida noturna espanhola
Por Edu Fernandes

Recentemente estreou no Brasil o longaHasta la Vista!, que conta a história de três deficientes belgas que decidem viajar por conta própria até a Espanha.

Eles dizem aos pais que a jornada servirá para que possam conhecer vinícolas, mas na verdade o trio está interessado em visitar um bordel dedicado a pessoas com deficiência, onde planejam perder a virgindade.

Um dos três protagonistas tem baixa visão, o que motivou a Imovision, empresa que distribui o longa no Brasil, a organizar uma sessão com audiodescrição.

O evento aconteceu no dia 26 de maio, no Reserva Cultural (SP). Os deficientes visuais que prestigiaram a sessão (e quem teve curiosidade em experimentar) receberam um par de fones de ouvido, pelo qual ouviram a descrição de cada uma das cenas do filme.

A adaptação da fita para o público cego foi feita pela Ver com Palavras, que tem experiência em acessibilidade de eventos públicos (sessões de cinema, teatro, seminários) e privados (casamentos, cerimônias).

“A Imovision entrou em contato conosco porque soube do nosso trabalho em São Caetano, onde fizemos a audiodescrição de um espetáculo de ballet com bailarinas cegas”, disse Lívia Motta, audiodescritora e professora.

“Em uma sessão normal, quando um deficiente visual quer ir ao cinema, precisa que um amigo lhe cochiche detalhes da cena. É uma audiodescrição informal, mas incomoda quem está por perto”.

As locações das cenas, o período do dia, as expressões faciais dos personagens e outros elementos necessários para compreender as situações do longa são narrados entre as falas durante a sessão acessível.

“No caso de Hasta la Vista! houve a leitura das falas, porque o filme não será lançado com cópias dubladas”, explicou Lívia.

Por essa razão, havia na sala de projeção três locutores: uma narra as cenas, um lê as falas de personagens masculinos e uma locutora lê as falas femininas.

“Foi um dia marcante para os paulistanos que curtem cinema e audiodescrição”, disse Paulo Romeu, que tem deficiência visual, no Blog da Audiodescrição.

A sessão foi um sucesso, com 55 deficientes pagantes na ocasião, o dobro do que era esperado pela Imovision e pelo Reserva Cultural. “Compareceram em um número que, normalmente, não chega nem à metade na grande maioria dos eventos audiodescritivos gratuitos em São Paulo”, relatou a locutora Lucia Maria no blog Outros Olhares. Lucia fez a narração das cenas no evento.

Leveza para o tabu

A carreira de Hasta la Vista! ao redor do mundo começou quando a obra foi “descoberta” pelo cineasta Claude Lelouch (Esses Amores) no Festival do Filme de Montreal, no Canadá.

Lelouch classifica o longa como “um filme com substância” e resolveu distribuí-lo internacionalmente. “À medida que eu o assistia, uma questão me perturbava: como um assunto tão delicado quanto a deficiência física pôde ser abordado com tanta honestidade e bom humor?”, disse Claude. “Esse filme não se parece com nada que eu já vi e tem muitas das virtudes que compõem uma grande obra”.

Lívia Motta concorda com o diretor francês. “Hasta la Vista! vai ser muito bem recebido porque trata o tema de forma leve, apesar de ser considerado um tabu. Em poucas oportunidades podemos discutir a sexualidade dos deficientes”, afirmou.

“Além dos próprios deficientes, o filme conversa com pais, educadores e muitas outras pessoas. Fala sobre o excesso de proteção dos pais, a forma como a sociedade lida com as deficiências e muitos outros assuntos pertinentes”.

O trio de personagens do longa é composto pelo teimoso Philip (Robrecht Vanden Thoren), que é tetraplégico; o inseguro Jozef (Tom Audenaert), que tem deficiência visual; e o orgulhoso Lars (Gilles De Schrijver), que sofre de um tumor que o deixou paraplégico.

Segundo a audiodescritora, o mérito em Hasta la Vista! está em mostrar os deficientes com honestidade. “Antes de tudo, eles são pessoas”, explica.

Os defeitos de personalidade de cada um dos protagonistas é mostrado com a mesma sinceridade que a amizade que os une. A obra trata os conflitos com humor, o que resulta em uma sessão com lágrimas e risos misturados.

Assista ao trailer de Hasta la Vista!:

domingo, 20 de outubro de 2013

Jogos para trabalhar com Deficiência Intelectual

        Estou apresentando esses dois jogos que são excelentes para trabalhar com crianças com DI.
       O primeiro jogo é o Completando casa, que  estimula a motricidade,discriminação visual, comparação de formas e tamanhos, habilidade manual.
       O segundo é o Cai não cai, que desenvolve a atenção, motricidade, percepção visual, noção de cor e quantidade.
     Os jogos contribuem para o desenvolvimento intelectual de qualquer criança.Os professores devem apresentar os jogos para as crianças e incentivar a participação de todos nas atividades.
         Utilizados como instrumentos metodológicos, os jogos são aliados perfeitos para o desenvolvimento das crianças com deficiência intelectual.

COMPLETANDO A CASA



Estimula:
Motricidade, discriminação visual, comparação de formas e de tamanhos, habilidade manual.

Descrição:
Pedaço de cartão coberto com feltro, no qual foi costurado o desenho de uma casa, com botões nos lugares onde devem ser abotoadas as partes que estão faltando. Essas partes são de feltro também e contêm  equenos cortes que são as casas que deverão ser abotoadas nos lugares correspondentes.

Exploração:
-Desabotoar as partes avulsas da casa.
-Verificar as formas que estão desenhadas na casa e procurar as peças correspondentes para abotoar


CAI NÃO CAI 



Estimula: 

Atenção, motricidade, percepção visual,
noção de cor e quantidade.

Descrição:
Garrafa plástica descartável, contas ou material de contagem e varetas.
Fazer vários furos com arame quente de um lado ao outro da garrafa. Colorir varetas
(palitos de churrasco) em várias cores. Selecionar material de contagem nas
mesmas cores das varetas. Para montar o jogo colocam-se as varetas nos furos da
garrafa e, após, o material de contagem.

Possibilidades de exploração:
-Retirar uma a uma as varetas sem deixar cair as peças.
-Pode participar uma criança para cada cor de vareta. Cada jogador escolhe
uma cor e, na sua vez de jogar, só poderá movimentar as suas varetas, tentando
não deixar cair as suas contas.

domingo, 8 de setembro de 2013

TECNOLOGIA ASSISTIVA

Tecnologia assistiva (TA) é um termo novo que serve para identificar todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover vida independente e a inclusão.
A  qualidade de vida e a inclusão social da pessoa com deficiência são objetivos das TA’s, através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente , habilidades de seu aprendizado, trabalho e a integração com a família, amigos e a sociedade.
Aí  vai uma dica de recurso que pode ser construído por qualquer professor de AEE e que auxilia na aquisição da escrita do(a) aluno(a) com deficiência que tem a motricidade fina comprometida.

domingo, 4 de agosto de 2013

Quando se inicia o trabalho com alunos especiais, o professor sente necessidade de pesquisar sobre as diferentes formas de deficiência. Daí passa-se a entender que o papel do professor de AEE vai além da sala de aula. É importante que cada professor seja um defensor da causa da educação especial e trabalhe com o objetivo de ajudar os que precisam ser incluídos, a serem respeitados e vistos como pessoas capazes, apesar das suas limitações. Nós devemos conhecer os direitos das pessoas especiais e sempre procurar esclarecê-los a elas. É também através do professor de AEE que muitas ações podem ser postas em prática no ambiente escolar e na família.
Para que o professor de AEE consiga colher frutos, embora leve muito tempo, ele precisa conhecer seu aluno desde a gestação, por isso o estudo de caso é instrumento importante e facilitador nesse processo. Através dessa ferramenta entramos no mundo do aluno, conhecemos a família, a sala regular e visualizamos a melhor forma de trabalhar, para que o resultado seja positivo e a inclusão realmente aconteça.
O estudo de caso nos dá uma visão real do tipo de aluno que estamos recebendo e o grau da deficiência. A partir deste estudo, podemos elaborar um plano individual com mais segurança e certeza de que ele vai realmente contribuir para seu desenvolvimento e independência. É o plano de AEE que nos auxilia nas atividades diárias a serem realizadas com o aluno.
Um plano bem elaborado, e baseado no estudo de caso, facilita o trabalho do professor e pode nos levar ao sucesso num espaço de tempo mais reduzido. Portanto não devemos abrir mão desse aliado. Quando estamos fazendo um estudo de caso, nós começamos a pensar em que tipo de atendimento aquele aluno se encaixa e necessita e traçamos objetivos para que a inclusão possa acontecer e para que nossos alunos tenham realmente a oportunidade de participar das atividades que são desenvolvidas na sala regular.



domingo, 2 de junho de 2013

PESQUISA AEE NAS ESCOLAS


https://docs.google.com/file/d/0B9s8Ixs6DjQOX0VuZVdQRWFHSUU/edit?usp=sharing

Para visualizar os resultados obtidos em pesquisa feita na Escola Municipal Clodoaldo Freitas, você só precisa clicar no link acima. Fique por dentro do que está sendo feito nas Escolas municipais, em relação à educação inclusiva.