domingo, 23 de março de 2014

EDUCAÇÃO ESCOLAR PARA PESSOAS COM SURDEZ

Existe um confronto quando se trata da educação escolar das pessoas com surdez,entre oralistas e gestualistas.
Três abordagens fundamentam as concepções desenvolvidas sobre a educação de pessoas com surdez: A oralista ,comunicação total e o bilinguismo.
As escolas comuns ou especiais tinham o objetivo de capacitar as pessoas com surdez para utilização da língua da comunidade ouvinte na modalidade oral.
As propostas que eram baseadas no oralismo, não foram satisfatórias, pois não aceitavam a língua de sinais.
A comunicação total procurava potencializar as interações sociais,considerando as áreas cognitivas,lingüísticas e afetivas dos alunos.Aceitava o uso de todo e qualquer recurso possível para a comunicação.
A linguagem gestual,visual, os textos orais,os textos escritos e as interações sociais pareciam não trazer um desenvolvimento satisfatório e os alunos continuavam em seus guetos.
O oralismo e a comunicação total negam a língua natural dos alunos, o que provoca perdas consideráveis nos aspectos cognitivos, sócio-afetivos,lingüísticos,políticos,culturais e na aprendizagem.
Na abordagem educacional por meio do bilingüismo a pessoa com surdez é capacitada para a utilização de duas línguas: A língua de sinais e a língua da comunidade ouvinte.
O bilingüismo é a abordagem educacional que melhor atende as necessidades do aluno com surdez,pois além de respeitar a língua natural,ajuda a construir um ambiente favorável a sua aprendizagem escolar.
Ao invés de confrontar sobre o uso desta ou daquela língua,devemos discutir acerca do fracasso escolar, debatendo sobre a qualidade da educação e das práticas pedagógicas.
É necessário rever a forma de ensinar.As práticas pedagógicas quando não satifazem mais,acabam dificultando o processo de ensino-aprendizagem da pessoa com surdez.
As pessoas com surdez não podem ser vistas pela sua condição sensorial,mas como um indivíduo com potencialidades e que podem produzir e adquirir conhecimentos.
No bilinguismo proposto na perspectiva inclusiva da educação para pessoas com surdez,o aluno tem a liberdade de se expressar em uma ou em outra língua e de participar de um ambiente escolar que seja completo.
Se continuarmos tendendo para o uso exclusivo da língua portuguesa ou o uso exclusivo da libras,vamos continuar mantendo a exclusão escolar dos alunos com surdez.
O decreto 5.626/2005,garante uma formação em que a libras e a língua portuguesa,preferencialmente na modalidade escrita, sejam acessíveis e que sejam oferecidas de forma simultânea no ambiente escolar.
O bilingüismo deve acontecer na escola comum, na sala de aula comum e no AEE.


REFERÊNCIAS:


DAMÁZIO, Mirlene F. M., ALVES, Carla B. e FERREIRA, Josimário de P. Educação Escolar de Pessoas com Surdez In AEE: Fascículo 04: Abordagem Bilíngue na Escolarização de Pessoas com Surdez. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2010. p.07-09.