Existe um confronto
quando se trata da educação escolar das pessoas com surdez,entre oralistas e
gestualistas.
Três abordagens
fundamentam as concepções desenvolvidas sobre a educação de pessoas com surdez:
A oralista ,comunicação total e o bilinguismo.
As escolas comuns ou
especiais tinham o objetivo de capacitar as pessoas com surdez para utilização
da língua da comunidade ouvinte na modalidade oral.
As propostas que eram
baseadas no oralismo, não foram satisfatórias, pois não aceitavam a língua de
sinais.
A comunicação total
procurava potencializar as interações sociais,considerando as áreas
cognitivas,lingüísticas e afetivas dos alunos.Aceitava o uso de todo e qualquer
recurso possível para a comunicação.
A linguagem
gestual,visual, os textos orais,os textos escritos e as interações sociais
pareciam não trazer um desenvolvimento satisfatório e os alunos continuavam em
seus guetos.
O oralismo e a
comunicação total negam a língua natural dos alunos, o que provoca perdas
consideráveis nos aspectos cognitivos,
sócio-afetivos,lingüísticos,políticos,culturais e na aprendizagem.
Na abordagem
educacional por meio do bilingüismo a pessoa com surdez é capacitada para a
utilização de duas línguas: A língua de sinais e a língua da comunidade
ouvinte.
O bilingüismo é a
abordagem educacional que melhor atende as necessidades do aluno com
surdez,pois além de respeitar a língua natural,ajuda a construir um ambiente
favorável a sua aprendizagem escolar.
Ao invés de confrontar
sobre o uso desta ou daquela língua,devemos discutir acerca do fracasso
escolar, debatendo sobre a qualidade da educação e das práticas pedagógicas.
É necessário rever a
forma de ensinar.As práticas pedagógicas quando não satifazem mais,acabam
dificultando o processo de ensino-aprendizagem da pessoa com surdez.
As pessoas com surdez
não podem ser vistas pela sua condição sensorial,mas como um indivíduo com
potencialidades e que podem produzir e adquirir conhecimentos.
No bilinguismo proposto
na perspectiva inclusiva da educação para pessoas com surdez,o aluno tem a
liberdade de se expressar em uma ou em outra língua e de participar de um
ambiente escolar que seja completo.
Se continuarmos
tendendo para o uso exclusivo da língua portuguesa ou o uso exclusivo da
libras,vamos continuar mantendo a exclusão escolar dos alunos com surdez.
O decreto
5.626/2005,garante uma formação em que a libras e a língua
portuguesa,preferencialmente na modalidade escrita, sejam acessíveis e que
sejam oferecidas de forma simultânea no ambiente escolar.
O bilingüismo deve acontecer na escola
comum, na sala de aula comum e no AEE.
REFERÊNCIAS:
DAMÁZIO, Mirlene F. M., ALVES, Carla B. e
FERREIRA, Josimário de P. Educação
Escolar de Pessoas com Surdez In AEE: Fascículo 04: Abordagem Bilíngue
na Escolarização de Pessoas com Surdez. Fortaleza: Universidade
Federal do Ceará, 2010. p.07-09.